UMA INCRÍVEL VISITA
No último dia 03 (Março de 2018), tirei um tempo para cumprir uma promessa: visitar minha amiga Cecília do Acordeon. 10 anos apenas e uma alma de gente grande. Artista Nata!
Conheci Cecília na II Feira do Cordel Brasileiro, onde ela fez sua primeira participação no evento. Eu, já veterano, recebi com muito prazer a presença dessa pequena grandiosa artista, e fui muito feliz nesse encontro.
Desde então, fiquei devendo essa visita, sempre marcava mas os imprevistos não me deixavam cumprir a promessa. Mas dessa vez, de supetão, fui. Percorri 68 km e aproveitei cada momento da viagem. A paisagem, agora verde, mostrava que as chuvas haviam visitado constantemente aquelas bandas durante os últimos dias, e o ônibus, beirando a serra, percorria alegremente como quem caminha com uma canção doce na boca.
Desci em Antônio Diogo, Distrito de Redenção e fui de moto táxi até a casa de Cecília, casa simples e acolhedora, tipicamente nordestina. Neidinha, mãe de Cecília, me recebeu com um sorriso e com uma alegria que me deu gosto. Me senti em casa. Cecília logo veio ao meu encontro e me abraçou, e em seus olhos se via a alegria e a emoção de me receber em sua casa e finalmente cumprir minha promessa.
Cecília não se fez de rogada, pegou logo a sanfona que ganhara outro dia em um programa de TV e logo começamos a tirar um som. Tirei o pandeiro da bolsa e o violão da capa, transmitimos ao vivo via internet e nos divertimos muito.
A pequena me contou então como conheceu o instrumento que tão bem manuseia, e descobri algo em comum: relatou que seu primeiro contato com a sanfona foi no reisado, que seu avô participa, eis o que descobri em comum, meus tios também fazem reisado e foi uma das primeiras manifestações culturais de raiz que vi na vida. De certa forma, eu e Cecília, viemos das mesmas coisas encantadoras: a cultura popular!
Foi boa a manhã, e foi boa a conversa e a convivência, mesmo sendo pouco tempo. Soubemos aproveitar cada minuto. Almoçamos juntos e logo ela foi se arrumar pra ir a escola. Me deu de presente seu CD novo, um copo e uma régua com sua logomarca, e eu fiquei muito feliz com o carinho e a atenção.
Senti ter que ir embora tão cedo mas deixei a promessa de voltar!
Neidinha foi me deixar em Antônio Diogo de moto para voltar à Fortaleza, no caminho, encontramos Cecília descendo do ônibus escolar, dei um último abraço na pequena e seguimos. Conversando, Neidinha me disse que sentia falta de um projeto cultural pela região e pelo que percebi, a região é escassa de arte e cultura. O projeto mais perto que desenvolve algo em relação a arte é em Pindoretama. Dentro de mim nasceu então um desejo de ajudar de alguma forma, mas isso ficará pros próximos capítulos...
Continua...
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