terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O POETA PASSARINHO E O PÉ DE IMBÚ


     A existência importa quando encontramos motivos para ela. Geralmente todas as nossas razões para a (nossa) existência são muito rasas, se realmente refletirmos sobre tais. Por tempos busquei motivos e razões para a minha, sempre fui muito curioso. Porém, o que encontrei, principalmente dentro de mim, foi confusão e caminhos sem saída.
     Me perdi nesses caminhos, mas aprendi a voltar e retomar de onde havia parado seguindo um novo caminho. Não aprendi tudo, e nunca aprenderei. Nunca saberemos todos os mistérios dessa vida, ou de outras se é que passamos.
     Depois de um ano muitíssimo difícil eu me vi em lugares totalmente diferentes aos quais estava acostumado e confortavelmente imóvel. 2019 pra mim foi um ano de muitas lutas internas e de aprender com meus próprios erros para me tornar uma pessoa melhor. 
     Quando plantamos caos, certamente o colheremos, assim, se plantarmos também coisas boas, com o coração verdadeiramente pleno e puro, colheremos nas mesmas circunstâncias. Terminei 2019 colhendo o que plantei durante os meses difíceis, plantei paciência, humildade, gratidão e muitas outras coisas somente permitidas pelas doloridas feridas que o ano me trouxe. 
     A colheita começou ainda no final do ano, onde o meu sonho maior, abriu um grande sorriso e me disse, está na hora. Então, com unhas e dentes agarrei a oportunidade de abrir o Centro de Tradições Populares. Estava então assim, se tornando realidade o meu sonho de realizar os sonhos das pessoas.
    


     Me encontrei no meio do povo. Cada sorriso, cada olhar, cada gesto de gratidão, é simplesmente lindo e forte a energia de cada comunidade que estou conhecendo pelo interior. Apesar de ter viajado tanto, percebi que não fazia ideia de como o meu Ceará era tão bonito.

     Sigo a vida e a vida me deixa ser o seguidor dela, reforçando em cada lágrima de felicidade, o que outrora havia escrito: A Felicidade Mora Nas Delicadezas".

Hoje os meus sorrisos são belos, doces e profundos. Até um meio sorriso conta a minha história. Só me resta poesia, e foi a única coisa que nunca me faltou.

Sou um passarinho amador num galho alto de imbú, bicando a felicidade e a doçura dos anos de minha mocidade, de penas reluzentes e de coração liberto, de alma pura e de cantar terno.

Sou um verso que transborda
na borda do universo.

Por Rafael Brito
Luz de Guará.

25 de Fevereiro de 2020.


Entre Beijos e Abraços,
Expostos a olho nu,
Éramos dois passarinhos
Naquele pé de imbú.

(Rafael Brito)

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