Nessa casa não falta coisa alguma
Tem pamonha, tem carne e tem galinha,
No recanto da casa, a camarinha,
A donzela formosa se perfuma
Rabequeiro, se aprume e tome uma,
Bote a mão na rabeca e puxe um dó,
Por que hoje você não está só,
Tem “Baião”, “Asa Branca” e “Juazeiro”,
Tem zabumba, tem triângulo e tem pandeiro,
Porque diabo num toca esse forró?
O salão já está todo enfeitado
Tem mulher que só Zé na Paraíba
Uma até me piscou com “zói” de “briba”
Pra dançar já estou aperreado
Se brincar, já tem “nêgo” embriagado
Meu juízo está pra dar um nó
O cantor temperou o seu gogó
Passa o som e repassa o tempo inteiro
Eu insisto e pergunto ao rabequeiro
Porque diabo num toca esse forró?
Olho a lâmpada da noite, que é a lua
Cor de prata, o terreiro clareando
Uma ou duas morenas proseando
E um carro anuncia pela rua,
Essa festa depende da mão sua
Pois eu sei que você é bom que só
Já tocou nos confins do cafundó
E fez fama de ser bom rabequeiro
Lhe pergunto outra vez meu companheiro
Porque diabo num toca esse forró?
Vejo o dono da festa aperreado
Já temendo que o povo vá embora
Pra uma briga apartar ainda agora
Enviou portador ao delegado
O calor já me deixa agoniado
Hoje aqui, dou de garra dum cipó
Te açoito e te chuto o fiofó
Na “fusaca” eu apago o candeeiro
Nem que seja na tapa, rabequeiro,
Quero ver se não toca esse forró!
Amigos de vida, de arte e algo mais...
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